Niterói : Casa de Nastácia : Quarto
Nastácia : Mas, como assim? De onde você veio?
Luciana : Isso não importa. Eu quero pedir para que perdôe a Cecília.
Nastácia : Ah, por favor... Veio até aqui para isso?
Luciana : Sim, eu vim. A Cecília arrumou muita encrenca assim, mas acredite, ela é uma boa pessoa.
Nastácia : Uma boa pessoa? Uma boa pessoa não faz o que ela fez, e continua fazendo.
Luciana : Eu sei. Ela fez muitas coisas erradas. Mas... você precisa se pôr no lugar dela. Imagine você perder o seu filho. O que você sentirá?
Nastácia : Odio e desejo de justiça.
Luciana : Acredite, é tudo o que a Cecília está passando neste momento.
Nastácia : Mas, como assim? Ela nunca me contou essa história.
Luciana : Digamos que ela estava tentanto pede amor deixou para ela por direito, que um grande amor deixou para ela. Mas, outras pessoas pegaram o que era dela e agora, ela só quer justiça. Ou melhor, queria. Pois tudo já está consumado. O que eu quero não é pedir demais. Eu apenas quero que a perdôe e compreenda-a.
Nastácia : Luciana, não é?
Luciana : Sim.
Nastácia : Eu sinto algo muito bom vindo de você e sinto que você é uma pessoa boa e está tentando me convencer da coisa certa.
Luciana : Obrigada por acreditar em mim. E não se esqueça do que lhe falei. Agora eu preciso ir.
Nastácia : Ir para onde?
Luciana : Um dia você descobrirá, tenho certeza. Até logo.
Luciana sai do quarto e Nastácia volta à dormir, agora, com um sorriso no rosto.
No dia seguinte...
Mansão de Ricardo : Sala de Visitas
Estavam reunidos ali, Débora, o advogado de Ricardo e Guilhermina para a leitura do testamento.
Advogado : E então, senhoritas? Posso começar a leitura?
Guilhermina : Claro!
Débora : Fique à vontade.
Advogado : Então, aqui nós vamos. "Eu, Ricardo, escrevo aqui à quem quero redirecionar os meus bens. Desejo que 25% de todos os meus bens e a mansão sejam entregues à Débora, minha princesa e os outros 25% para o meu filho, que em breve estará entre nós. Seu dinheiro será administrado pela sua mãe, Débora, até seus 18 anos. Os outros 50% da minha herança, deixo para Guilhermina, como forma de desculpas por algo que eu venha à ter feito".
Guilhermina : Espera... então... eu sou dona de 50% do dinheiro que o Ricardo deixou?
Débora : É isso mesmo, Guilhermina e parabéns.
Guilhermina : Eu não posso acreditar. Mas... por que ele fez isso?
Advogado : O testamento foi modificado há poucos dias.
Débora : E ele percebeu que você saberia cuidar deste dinheiro. E como o próprio disse, uma forma de desculpas.
Guilhermina : Meu Deus... eu nem posso acreditar.
Advogado : Bom, leitura encerrada. Queria que as duas assinassem bem aqui. Bom, muito obrigado e até a próxima.
O advogado vai embora e Guilhermina continua sentada à mesa.
Débora : Guilhermina, eu sei que é um choque, mas já pode comerar, minha querida.
Guilhermina : Débora, é incrível ver o quão você mudou. Parece que o sentimento de mãe realmente mudou o que havia de ruim dentro de você.
Débora : E eu agradeço muito por isso. Podemos ser amigas?
Guilhermina : É claro que sim.
Débora : Podemos nos abraçar?
Guilhermina : Nem precisava perguntar.
As duas se emocionam e se abraçam. Joana e André entram na sala.
André : Está tudo bem?
Guilhermina : Sim, tudo ótimo.
Débora : A Guilhermina é dona da metade do que o Ricardo deixou.
André : É sério, meu amor?
Guilhermina : Sério!
André e Guilhermina se beijam e depois se abraçam. Débora fica feliz, ao contrário de Joana.
André : Já falou com a Débora sobre aquilo?
Guilhermina : Não, mas quero falar agora.
Débora : Pode falar, Guilhermina.
Guilhermina : André e eu estaremos indo embora do Brasil, ainda hoje.
André : Nós precisamos tirar férias, longe daqui.
Débora : Eu com toda certeza entendo vocês e eu só quero lhes desejar muitas felicidades. E só mais uma coisa... Desculpas. Desculpas por tudo o que eu fiz de errado. Quando eu humilhei vocês, quando eu fiz tudo de ruim. Eu lhes peço desculpas.
Guilhermina : Já está mais que perdoada.
André : Sem sombra de dúvidas.
Guilhermina, André e Débora se abraçam. Joana os olhava em um canto.
Guilhermina : Venha também, Joana.
Débora : É, venha Joana.
Joana caminha até eles e o quarteto se abraça, sorrindo e super felizes.
Débora : Ah, só uma coisa. Não vão se esquecer que virem quando a coisa linda que está na minha barriguinha nascer, viu?
Todos começam a rir, inclusive Joana, que sente algo novo e de bom dentro do seu coração.
Niterói : Casa de Nastácia : Quarto de Hóspedes
Cecília penteava seus cabelos, enquanto pensava em tudo o que já havia passado.
Flashback On
Abrão : Por favor, estacione o carro.
André : Mas, aqui?
Abrão : Sim, aqui. Por favor, estacione o carro.
O motorista particular obedece e estaciona o carro. Abrão desce da limousine e caminha até Cecília e ajuda a moça à catar suas flores.
Cecília : Obrigada...
Abrão : Não há de que...
Abrão olha apaixonado para Cecília.
Flashback Off
Lágrimas começam à sair dos olhos de Cecília, ela larga o pente e vai até o espelho, aonde se olha refletida nele.
Flashback On²
Cecília e Luciana, na maior simplicidade, tomavam vinho na cozinha.
Cecília : Amiga, você não sabe o quão eu estou feliz agora.
Luciana : Ah, eu tenho uma noção, sim. Finalmente a justiça veio, amiga.
Cecília : Sim, finalmente. O Abrão foi mesmo um grande homem na minha vida. Serei eternamente grata à ele.
Lágrimas caem dos olhos de Cecília e Luciana põe sua mão sobre a da amiga, que sorri.
Flashback Off²
Cecília : A justiça veio... E agora está tudo consumado.
Niterói : Casa de Nastácia : Copa
Miguel tomava café sozinho, esperando por Cecília. Cecília sai do quarto.
Miguel : Até que enfim você acordou, né?
Cecília : Sim, acordei para valer. Para valer mesmo.
Miguel : Eu não estou entendendo.
Cecília : Eu acordei para a vida, Miguel. E acordei de uma vez por todas. A vingança acabou e a minha vida também.
Miguel : Do que está falando, Cecília.
Cecília : É o fim de tudo, Miguel. Eu irei lhe deixar viver em paz, eu pelo menos tentar, pois eu acabei também com a sua vida e eu juro que foi sem querer.
Miguel : Cecília... não...
Cecília : Eu vou lhe deixar viver e bem longe de mim. É o melhor. Eu estou indo embora, para nunca mais voltar.
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