Vila 506 : Casa de Cecília : Sala de Estar
Luciana : Aqui, fiz água com açúcar para você.
Cecília : Por que ele teve que morrer logo agora, Luciana?
Luciana : A vida é assim, nós não escolhemos que horas iremos morrer ou se ao menos iremos acordar vivos amanhã.
Cecília : E amanhã terei que comparecer à leitura do testamento. Será que ele deixou algo para mim?
Luciana : Provavelmente, já que você foi chamada para a leitura.
Cecília : Mas, se ele deixou algo para mim, o que pode ter sido?
Luciana : Ah, não faço a mínima. Agora vá descançar um pouco, vai? Amanhã você tem um longo dia.
Cecília : É, você tem razão. Obrigada por tudo, tá?
Luciana : Não há de que. Agora, tchau.
Cecília : Tchau, amiga.
Luciana vai embora e Cecília e se deita no sofá. Cecília começa à pensar nos momentos que passou com a Abrão e lágrimas escorrem pelo seu rosto.
Shopping Rio Sul : Segundo Piso
Ricardo e Débora andavam pelo Shopping com várias sacolas de compras nas mãos.
Débora : Você ainda não me contou aonde conseguiu esse dinheiro. Não vai me dizer que assaltou alguém...
Ricardo : Claro que não, boba. A Cecília tem um amigo, um corôa muito rico...
Débora : Calma ae. A Cecília? Como a Cecília tem amizade com esse tal corôa?
Ricardo : Ela o conheceu lá no centro, enquanto vendia aquelas malditas flores.
Débora : Mesmo assim, essa história está muito estranha.
Ricardo : Débora, deixe-me falar. Então, foi esse corôa que me deu esse dinheiro.
Débora : Assim, do nada?
Ricardo : Claro que não. Eu menti dizendo que a minha mãe estava passando mal e eu tinha que comprar o remédio para ela e então... bam! Ele me deu o dinheiro.
Débora : Tá, né. Assim como a Cecília, precisamos da amizade desse velho.
Ricardo : Então, não vamos perder tempo. Já pensou, assim nem precisaremos mais do seu pai para termos grana.
Débora : Sim, é verdade. E finalmente vou poder sair daquela vila.
Ricardo : Agora, vamos para casa. O dinheiro já acabou e eu ainda quero brincar um pouco com você.
Débora : Que tipo de brincadeira, hein, seu safado.
Ricardo : Na cama eu te conto.
Débora : Adoooro!
Os dois se beijam e vão para a vila, sem imaginar que Abrão estava morto.
Vila 506 : Pátio
Luciana estava sentada, lendo um livro. Eugênia vê e desce as escadas correndo para falar com a moça.
Eugênia : Luciana, como está?
Luciana : Bem, e a senhora? Ainda fazendo suas fofocas?
Eugênia : Eu não sou fofoqueira, apenas uma boa comentarista.
Luciana : Ah, sei.
Eugênia : Mas me conta, quem é esse tal amigo da Cecília?
Luciana : Ou melhor, quem era esse tal amigo, né?
Eugênia : Por quê?
Luciana : Ele faleceu nessa tarde.
Eugênia : Minha Nossa Senhora! Como assim?
Luciana : Ainda não sabemos muito bem, parece que foi uma parada cardíaca.
Eugênia : Mas, ele deixou algo para a Cecília?
Luciana : Isso não é da sua conta, Eugênia.
Luciana fecha o livro e vai para a sua casa.
Eugênia : Eu hein, abusada...
No dia seguinte...
Mansão de Abrão : Sala de Estar
O Advogado de Abrão esperava por Cecília na Sala de Estar da Mansão. Cecília finalmente chega e entra na Mansão.
Advogado : Bom dia, senhorita Cecília?
Cecília : Sim, sou eu.
Advogado : Por favor, entre e sente-se. Estava à sua espera.
Cecília : Mas, apenas à mim? E o restante das pessoas?
Advogado : Não tem outras pessoas? A senhora é a única herdeira do senhor Abrão. A senhora é agora dona de toda a fortuna e bens do senhor Abrão.
Cecília : O que?
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